Quatro histórias de personagens expatriados por conta das turbulências da europa do século xx se entrecruzam num relato situado na fronteira entre a ficçao e as memórias
Publicado originalmente em 1992, e lançado pela primeira vez no brasil em 2002, os emigrantes ganha agora nova traduçao
O livro que trouxe renome internacional a w
G
Sebald está dividido em quatro partes, cada uma centrada num personagem que em algum momento cruzou a vida do narrador
Todas as trajetórias reconstituídas foram em alguma medida transtornadas pela história contemporânea da europa, em especial pela segunda guerra e pelo holocausto
O dr
Henry selwyn é um ex-cirurgiao que termina seus dias cuidando de plantas e cavalos no interior da inglaterra
O professor paul bereyter retorna a sua cidadezinha alema, onde foi discriminado durante o nazismo
Ambros adelwarth encerrou-se voluntariamente numa clínica psiquiátrica nos estados unidos, depois de ter trabalhado como pajem e companheiro de viagem de um jovem milionário
Por fim, o pintor alemao max ferber dá ao narrador o manuscrito memorialístico que sua mae escreveu antes de ser deportada para um campo de extermínio
Simulando um trabalho de investigaçao biográfica de seus personagens, o narrador revela a contrapelo suas próprias andanças e desajuste com o mundo contemporâneo
Reforçam a sensaçao de estranheza e melancolia as imagens que, num procedimento característico, o autor espalha ao longo do texto
Obra de fôlego e originalidade exemplares, os emigrantes eleva a um patamar de grande literatura a obsessao de sebald com a reconstruçao da memória individual e coletiva de nossa época.