A espetacular saga dos bloch, ou família manchete, desde uma arcaica aldeia da ucrânia até o apogeu e a queda de um império de comunicaçoes que abarcou gráfica, editora, rádio e tevê, narrada com humor e sensibilidade por um descendente do cla
É difícil imaginar uma saga familiar mais pitoresca e espetacular que a dos bloch
Em torno do patriarca joseph, tipógrafo judeu oriundo de uma remota aldeia da ucrânia, a numerosa família chegou ao brasil em 1922 praticamente sem nada, depois de enfrentar os horrores da primeira guerra, as perseguiçoes do czar e a opressao dos bolcheviques
Aos poucos, a pequena gráfica de joseph foi transformada por seus filhos ? em especial, o caçula adolpho ? num império de comunicaçoes, que começou com a revista manchete e chegou a incluir, em seus dias de glória, emissoras de rádio e tevê, gráfica, editora de livros e dezenas de publicaçoes periódicas
Essa epopéia familiar é narrada com humor e sensibilidade literária por um descendente do cla, o escritor e jornalista arnaldo bloch, neto e xará de um dos "irmaos karamabloch"(como o escritor otto lara resende chamava os irmaos bóris, arnaldo e adolpho bloch, numa referência evidente aos atormentados karamázov de dostoiévski)
Catástrofes pessoais e coletivas, reviravoltas spetaculares,empreendimentos ambiciosos, lutas fratricidas, tudo isso é plasmado numa prosa envolvente, repleta de auto-ironia, e que ocasionalmente dá voz aos próprios protagonistas da epopéia
Os depoimentos destes,e sobretudo os das mulheres mantidas à sombra dos grandes feitos, sao transcritos com delicioso sabor coloquial (incluindo o sotaque) pelo autor, que chegou a percorrer o interior da ucrânia em busca dos locais de origem do cla.