Jorge amado era "um homem epistolar", como lembra o filho joao jorge amado, organizador do volume e destinatário de bilhetes e cartoes-postais
As cartas de jorge a zélia - a quem o escritor chamava carinhosamente de zé - foram preservadas por ela em cinco pastas, misturadas a cartas que escreveu ao marido e a outras que receberam do pai de jorge, da mae e da irma de zélia, além de bilhetes dos filhos.o tom das cartas de jorge é de um homem apaixonado, atencioso e preocupado com a mulher e a família, mas também prático, envolvido com a política e zeloso da própria obra
O livro fornece dados biográficos relevantes e permite conhecer um pouco do processo criativo, do dia a dia e da vida intima do escritor
Em janeiro de 1948, jorge amado partiu para o exílio em paris, depois de ver cassado seu mandato de deputado pelo partido comunista brasileiro
Ainda durante a viagem de navio, passou a escrever regularmente à mulher, com quem vivia desde 1945 e que iria encontrá-lo alguns meses depois, com joao jorge nos braços
O livro registra as dificuldades e provaçoes experimentadas na europa do pós-guerra, a vida cultural na capital francesa, a participaçao do escritor no conselho mundial da paz e viagens por cidades como berlim, viena, praga, estocolmo, helsinque e varsóvia
Alguns episódios históricos, no contexto da guerra fria, ganham destaque: a eleiçao na itália em 1948, a morte de gandhi, a guerra da coreia, a crise dos mísseis e o bloqueio a cuba, assim como o prêmio nobel de pablo neruda
Mesmo depois de voltar ao brasil, em 1952, jorge continua a viajar para a europa regularmente e, depois, para salvador, onde constrói a famosa casa do rio vermelho.ediçao ilustrada com manuscritos e postaisleia uma carta de jorge enviada para zélia em 1948, durante o exílio: http://bit.ly/amadocarta